Num texto da autoria de António Paula Brito de Pina podemos reflectir sobre os diversos riscos do abuso de substâncias... Que não são totalmente previsíveis, atendendo às diferenças inter-individuais.
Assim, algumas drogas podem surtir pouco efeito numa pessoa e afectar severamente a outra, ou até provocar os efeitos contrários aos esperados: um indivíduo ao tomar substâncias depressoras do Sistema Nervoso Central pode ficar ansioso, nervoso e agressivo, apesar de a droga ter sido usada apenas pelos seus efeitos calmantes (como acontece, por exemplo, no caso do álcool e tranquilizantes).
Por outro lado, a combinação de múltiplas drogas pode provocar reacções adversas muito superiores à simples soma das reacções adversas que seria de prever (ex: o consumo de álcool em simultâneo com outras substâncias, especialmente as drogas depressoras do Sistema Nervoso Central, potencia muito os efeitos adversos destas drogas), o que pode causar inesperadamente a morte.
Paradoxalmente, o estar abstinente pode implicar alguns riscos: se um ex-toxicodependente torna a abusar das drogas e consome a mesma dose que tomava nos tempos de dependência, pode sofrer uma sobredosagem acidental, visto a sua tolerância à droga encontrar-se diminuída naquele momento.
Comprar drogas ilegais na rua é por si só também uma prática perigosa, pois os traficantes não se preocupam com a qualidade das drogas que vendem, manipulando-as de diversas formas para aumentar os seus lucros. Basicamente existem quatro formas de manipulação que podem ser muito prejudiciais à saúde do consumidor:
» O "corte" ou adicção de outras substâncias à droga para aumentar o seu volume: é frequente a "heroína da rua" ter apenas 5% de heroína pura e a "cocaína da rua" apenas 20% de verdadeira cocaína, sendo as restantes substâncias ou inofensivas (açúcar) ou muito perigosas (talco e estricnina). No entanto, paradoxalmente, uma maior pureza ocasional das drogas pode também ser perigosa: ao administrar-se o mesmo volume da substância a um utilizador, se a droga comprada e consumida para esse dia é mais pura do que é habitual, pode ocorrer uma sobredosagem fatal.
» A falsificação da identidade do produto, ou seja, vender "gato por lebre", em que o traficante vende cafeína embora convença o comprador de que se trata de anfetamina. O perigo aqui é se o efeito da droga vendida é mais grave que aquele a que o consumidor está habituado, provocando uma sobredosagem.
» A contaminação com impurezas tóxicas devidas às deficiências de fabrico dos laboratórios clandestinos.
» A mistura de drogas semelhantes para potenciar os seus efeitos positivos, como é a mistura de anfetaminas e cocaína, pode levar à potenciação perigosa dos efeitos tóxicos.
Assim, algumas drogas podem surtir pouco efeito numa pessoa e afectar severamente a outra, ou até provocar os efeitos contrários aos esperados: um indivíduo ao tomar substâncias depressoras do Sistema Nervoso Central pode ficar ansioso, nervoso e agressivo, apesar de a droga ter sido usada apenas pelos seus efeitos calmantes (como acontece, por exemplo, no caso do álcool e tranquilizantes).
Por outro lado, a combinação de múltiplas drogas pode provocar reacções adversas muito superiores à simples soma das reacções adversas que seria de prever (ex: o consumo de álcool em simultâneo com outras substâncias, especialmente as drogas depressoras do Sistema Nervoso Central, potencia muito os efeitos adversos destas drogas), o que pode causar inesperadamente a morte.
Paradoxalmente, o estar abstinente pode implicar alguns riscos: se um ex-toxicodependente torna a abusar das drogas e consome a mesma dose que tomava nos tempos de dependência, pode sofrer uma sobredosagem acidental, visto a sua tolerância à droga encontrar-se diminuída naquele momento.
Comprar drogas ilegais na rua é por si só também uma prática perigosa, pois os traficantes não se preocupam com a qualidade das drogas que vendem, manipulando-as de diversas formas para aumentar os seus lucros. Basicamente existem quatro formas de manipulação que podem ser muito prejudiciais à saúde do consumidor:
» O "corte" ou adicção de outras substâncias à droga para aumentar o seu volume: é frequente a "heroína da rua" ter apenas 5% de heroína pura e a "cocaína da rua" apenas 20% de verdadeira cocaína, sendo as restantes substâncias ou inofensivas (açúcar) ou muito perigosas (talco e estricnina). No entanto, paradoxalmente, uma maior pureza ocasional das drogas pode também ser perigosa: ao administrar-se o mesmo volume da substância a um utilizador, se a droga comprada e consumida para esse dia é mais pura do que é habitual, pode ocorrer uma sobredosagem fatal.
» A falsificação da identidade do produto, ou seja, vender "gato por lebre", em que o traficante vende cafeína embora convença o comprador de que se trata de anfetamina. O perigo aqui é se o efeito da droga vendida é mais grave que aquele a que o consumidor está habituado, provocando uma sobredosagem.
» A contaminação com impurezas tóxicas devidas às deficiências de fabrico dos laboratórios clandestinos.
» A mistura de drogas semelhantes para potenciar os seus efeitos positivos, como é a mistura de anfetaminas e cocaína, pode levar à potenciação perigosa dos efeitos tóxicos.
A prática de injectar drogas é a forma de administração potencialmente mais perigosa, com riscos de dependência e de sobredosagem acrescidos. Também aumenta, com esta prática, o risco de contágio de infecções mortais, tais como a hepatite e a infecção pelo Vírus da SIDA, devido à partilha de material de injecção.
Portugal é actualmente (2000) o segundo país europeu com mais SIDA, especialmente devido aos maus hábitos de partilha de material de injecção entre os toxicodependentes.
Assim, é importante transmitir aos toxicodependentes que, caso persistam nos consumos endovenosos, não devem partilhar material de injecção e devem apenas usar material esterilizado novo (é importante não esquecer que as farmácias fornecem actualmente "kits" com seringas esterilizadas, gratuitamente, aos toxicodependentes).
A administração endovenosa de pós e comprimidos triturados, não concebidos para essa via, é também uma prática perigosa podendo ser causadora de infecções, abcessos e inclusive gangrena no local das injecções. Outro dos riscos é a injecção na veia de partículas não dissolvidas, pelo risco de poderem ser transportadas para o coração e aos pulmões causando graves problemas (embolias e infecções).
O uso das drogas também provoca alterações na coordenação psicomotora e consequentemente perturbação da execução de tarefas quotidianas, nomeadamente as que implicam riscos como a condução de veículos e a manipulação de máquinas.
Finalmente, existem consequências sociais e legais: manipular ou consumir drogas coloca o indivíduo à margem da legalidade não só porque o seu tráfico é ilegal mas também porque, para conseguir dinheiro para as comprar, muitos utilizadores regulares recorrem a delitos como o furto e/ou a prostituição.
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